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      Foi num dia como o de hoje mas do ano de 1971 (há 41 anos) que o poeta e músico norte-americano, nascido em 1943, Jim Morrison, falecia, aos 27 anos de idade.

      Vocalista da lendária banda rock “The Doors” e autor da maior parte das letras da banda, Morrison desenvolveu um estilo muito próprio de cantar e um estilo poético algo “místico”.

      A morte de Morrison sempre esteve envolta em polémica. Ocorreu em Paris e oficialmente foi dito haver sofrido um ataque cardíaco. De imediato surgiram hipóteses de “overdose” e também a teoria de ter sido eliminado pelos serviços secretos norte-americanos, aliás como o próprio já teria antes anunciado, como sendo o número 4 de uma lista de mortes misteriosas: primeiro fora Jimi Hendrix, depois Janis Joplin e em terceiro lugar morrera Brian Jones, todos social e politicamente incómodos e, curiosamente, todos mortos aos 27 anos de idade.


      De acordo com Jim Morrison, um dos eventos mais importantes da sua vida terá ocorrido na sua infância, durante uma viagem familiar que ele assim descreveu:

      «A primeira vez que descobri a morte… eu, os meus pais e os meus avós, íamos de automóvel no meio do deserto ao amanhecer. Um caminhão carregado de índios, tinha chocado com outra viatura e havia índios espalhados por toda a auto-estrada, sangrando. Eu era apenas um miúdo e fui obrigado a ficar dentro do automóvel enquanto os meus pais foram ver o que se passava. Não consegui ver nada – para mim era apenas tinta vermelha esquisita e pessoas deitadas no chão, mas sentia que alguma coisa se tinha passado, porque conseguia perceber a vibração das pessoas à minha volta, então de repente apercebi-me que elas não sabiam mais do que eu sobre o que tinha acontecido. Esta foi a primeira vez que senti medo… e eu penso que nessa altura as almas daqueles índios mortos – talvez de um ou dois deles – andavam a correr e aos pulos e vieram parar à minha alma, e eu, apenas como uma esponja, ali sentado a absorvê-las…»

      Os pais afirmaram que tal incidente nunca ocorreu mas Morrison afirmava o contrário dizendo que os pais, vendo como tal acontecimento o afectara, em face do choque, sempre o negaram e disseram-lhe que teria sido um pesadelo, para o acalmar.

      Morrison também dava conselhos, como este:
       «O género de liberdade mais importante, é seres verdadeiro.
       Trocas a tua realidade por uma personagem,
       Trocas os teus sentidos por uma atuação,
       Desistes da capacidade de sentir e em troca pões uma máscara.
       Não pode haver uma revolução em grande escala, se antes não houver a revolução individual da pessoa.
       Primeiro tem que acontecer cá dentro.»
Vê o vídeo abaixo com a atuação ao vivo interpretando o emblemático tema “The End”.

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      Uma pintura a óleo que o artista plástico espanhol Pablo Picasso fez aos 13 anos de idade foi leiloada há dois dias em Londres por 2,6 milhões de euros, muito acima da base de licitação que era de 124 mil euros.

      A aquisição foi efetuada por um comprador anónimo, representando esta oferta um recorde num leilão de obras que Picasso fez na infância e na adolescência.

      A pintura vendida é um óleo denominado «Retrato de Modesto Castilha disfarçado de mouro», um médico amigo da família, que Picasso pintou em 1895, na cidade galega da Corunha, quando tinha 13 anos.

      No dia anterior tinham sido vendidos também na Christie’s, em Londres, o óleo «Mujer sentada» (1949), por 10,6 milhões de euros, e «Mujer con perro» (1962), por 8,6 milhões de euros, ambos de Picasso.

      Na semana passada, a obra do mestre espanhol voltou a ser notícia por causa de um ato de vandalismo num museu em Houston, nos Estados Unidos. Em escassos segundos, um homem aproximou-se da tela «Mujer en sofá rojo» (1929) e pintou-a com uma lata de spray.


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      Este fim de semana, o ator português Eduardo Faria representava um monólogo no auditório municipal da cidade portuguesa da Póvoa de Varzim, quando, de repente, interrompeu o texto, fez um discurso sobre os cortes nos subsídios às atividades culturais, pôs uma corda ao pescoço e lançou-se para o vazio.

      Os bombeiros vieram imediatamente, levaram o corpo para uma ambulância e foram embora.

      Os cerca de 100 espetadores que assistiam à peça (“Julgamento de um sonho”) ficaram em choque e sem saber o que fazer, com exceção de dois espetadores que ainda subiram ao palco tentando evitar a “morte” do ator.

      Mais tarde veio outro ator, residente na companhia, explicar que tudo tinha sido uma simulação, que estava tudo combinado com os bombeiros mas que a sua companhia suspendia de facto o protocolo que tinha com o município, devido a uma dívida de 20 mil Euros para com a companhia teatral, dizendo que «A ação não foi contra ninguém, mas sim a favor do fim da letargia em que vivemos. Se matarmos a cultura, matamos a nossa alma”. O ator afirmou ainda não receber ordenado há sete meses.

      O vereador do Município da Póvoa de Varzim assumiu a dívida de 20 mil euros que garante será paga, no entanto, afirma não poder, de momento, fazê-lo. Acrescentou que «Trabalhamos com a companhia há 14 anos e pagamos 40 mil euros por ano por uma peça no primeiro sábado de todos os meses, mas só agora conseguiram ser notícia.»

      Mais info no blogue da Companhia de Teatro “Varazim”, em: http://blogs.varazimteatro.org/

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      Nos últimos meses, as descobertas e os acontecimentos à volta de Leonardo da Vinci têm sido nada menos que épicos. E, curiosamente, vindo de pontos distintos do continente europeu: da National Gallery de Londres, do Palazzo Vecchio, em Florença, do Museu do Prado, em Madrid, e, mais recentemente, do Louvre (Paris).

      Faltam ainda sete anos para se cumprirem cinco séculos sobre a morte do inigualável génio do Renascimento (1452-1519), mas um conjunto de acasos e circunstâncias está a fazer destes últimos meses, sem nenhuma estratégia concertada, nem nenhuma efeméride, um tempo de redescoberta da pintura do mestre do “sfumatto”.

      Há de tudo: uma exposição que será irrepetível, a da National Gallery (de novembro de 2011 a fevereiro de 2012), Leonardo pintor na corte de Milão, que reuniu o número assombroso de nove pinturas de Leonardo, num esforço diplomático sem paralelo; a descoberta, no Prado, de uma “nova” Mona Lisa, pintada ao seu lado por um discípulo; uma petição internacional, que reclamou que um fresco de Giorgio Vasari no Palazzo Vecchio de Florença não fosse danificado com estudos para se determinar se por baixo estaria a famosa Batalha de Anghiari, de Leonardo, e, finalmente, acusações de que o Louvre estragou sem remédio a última obra-prima de da Vinci.

      Santa Ana, a última obra-prima de Leonardo da Vinci, está em exposição no Hall Napoleão do Louvre, de 29 de março a 25 de junho, sendo o culminar desta sequência de cartadas triunfais e, de certa maneira, um ponto final justo.

      Foi em França que Leonardo morreu, praticamente no colo do Rei Francisco I, e é no Louvre que se encontra a maioria das suas telas conhecidas (admite-se que tenha pintado 20, das quais só 16 têm sem dúvidas a sua impressão digital). No Louvre estão oito, incluindo aquela que é a quintessência da sua técnica e do seu enigma, Mona Lisa.

      A exposição do Louvre, que está a atrair as esperadas multidões (só no primeiro fim-de-semana teve 30 mil visitantes), começou com a decisão da direção do museu de restaurar o quadro Santa Ana, a Virgem e o Menino. Em 9 de setembro de 2008, foi dado o primeiro passo deste megaprojeto que, no entanto, de acordo com Vincent Pomarède, o diretor do Departamento de Conservação do Louvre, em declarações à revista Beaux Arts, estava em banho-maria desde 2004. «Tomei consciência que um reexame completo das obras de da Vinci se impunha». Porém, só em 2008, o Centro de Pesquisa e de Restauro dos Museus de França (C2RMF), após uma bateria de exames, decide que o verniz que cobre a pintura foi danificado, a obra está em risco e o restauro é urgente.

      No filme disponível em DVD Léonard de Vinci, la restauration du siècle, que é um making of que acompanha os momentos cruciais de três anos de trabalho, conta-se como durante as primeiras duas semanas, através das técnicas mais avançadas, a obra foi escrutinada milímetro a milímetro. Deste trabalho, diz-se no vídeo, «resultou a descoberta de uma pintura fantasma coberta por séculos de vernizes». E na parte de trás do quadro os especialistas encontraram três desenhos inacabados de Leonardo: uma cabeça de cavalo, uma criança e meio crânio.

      A partir daqui, o restauro foi entregue a Cinzia Pasquali, uma romana com a competência técnica (já trabalhou em mais de 270 estaleiros de restauro, incluindo na Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes) e também, diz-se, com a força de caráter para aguentar a pressão de pôr as mãos numa obra de Leonardo, uma tarefa técnica e psicologicamente árdua.

      O projeto do Louvre foi, desde o início, acompanhado por um comité de uma vintena de especialistas internacionais em Leonardo, chamados a reunir em momentos-chave, com o objetivo de diluir a pressão de decisões importantes que haveriam de ser tomadas ao longo do caminho.

      A certo ponto, uma maioria defendia uma remoção extensa dos velhos vernizes que foram dando a toda a pintura um tom castanho amarelado e que encheram de nódoas o vestido da Virgem Maria e os rostos de uma espécie de impinges. Pasquali, manifestamente deslumbrada com as descobertas que ia fazendo, de uma pintura cada vez mais leve e luminosa, próxima de uma aguarela, onde as manchas das vestes da Virgem davam lugar a um intenso azul, lutava corajosamente por “limpar” o mais possível, ou seja, recuperar o esplendor inicial da pintura.

      A direção do Louvre, no meio da polémica que entretanto chegaria à imprensa internacional – com a demissão de Ségolène Bergeon Langle, uma reputadíssima conservadora francesa, e de Jean-François Cuzin, que fizeram acusações graves de o Louvre ter levianamente estragado a obra –, manteve uma posição cautelosa: limpar apenas quase tudo.

      Diz Pasquali que «a polémica não prejudicou nem o meu trabalho nem a minha concentração. É muito fácil dizer: atenção, estão a estragar um Leonardo, sem apresentar provas palpáveis. O Louvre demonstrou com análises químicas que o quadro não corria nenhum risco. Que interesse teria em estragar uma das suas obras-primas? Tenho a certeza de que toda a gente se vai apaixonar por este quadro.»

      A obra retrata, de forma revolucionária para a época, e numa composição imitada vezes sem conta, a Virgem Maria com o seu filho e a sua mãe, uma personagem secundarizada nos relatos bíblicos.

      A exposição do Louvre exibe agora uma Santa Ana, a Virgem e o menino que é uma nova pintura: «Foi uma descoberta. Não sabia que havia tantas cascatas. Há mesmo um riacho e pequenas personagens ao fundo. Foi um momento maravilhoso», confessa Vincent Pomarède.

      Martin Kemp, professor de História de Arte do Trinity College de Oxford diz que o trabalho terá sido feito com «tato e sensibilidade». E, embora reconheça exagero «na novidade das descobertas», surgidas no estaleiro, encontra alguns novos pontos de debate: «Damo-nos conta de que Leonardo fez uma surpreendente quantidade de mudanças enquanto concebia a pintura. O restauro também tornou visível que parte da pintura é tão delicada como uma aguarela».

      A última obra-prima de Leonardo da Vinci, terá sido iniciada ao mesmo tempo que a Mona Lisa, no entanto Leonardo a ela voltaria durante 15 anos, tendo morrido sem lhe dar as últimas pinceladas. Por isso, o Louvre pediu ao Prado de Madrid, o empréstimo de uma réplica tardia da Mona Lisa, já que seria impensável retirar a verdadeira Gioconda da Grande Galeria. Mas num golpe de sorte, quando iniciaram uma limpeza preparatória, o que os técnicos do Prado encontraram, sob uma camada de tinta escura, que fazia de fundo, à maneira dos pintores flamengos, foi uma paisagem semelhante à da tela do Louvre.

      O achado, que fez manchetes ao longo do mês de fevereiro, aponta para a grande probabilidade (dada a semelhança das hesitações e mudanças de traçado nos dois quadros irmãos) de a chamada Mona Lisa do Prado ter sido feita ao mesmo tempo que Leonardo executava a sua obra-prima e provavelmente, dizem os peritos, terminada ainda antes.

      Um facto muito perturbador na longa discussão entre a autenticidade e a cópia. O aluno a quem os especialistas estão a atribuir a “réplica” é Salai, dito como um dos preferidos de da Vinci entre os seus alunos. Para Martin Kemp, no entanto, a recente descoberta do Prado está a ser sobreavaliada e supermediatizada: «Não é surpresa nenhuma que uma cópia fosse feita no ateliê». Aliás, quem for à exposição do Louvre verá que uma das temáticas centrais é a do experimentalismo obsessivo de Leonardo e a maneira como os seus discípulos executavam sucessivos ensaios exploratórios da obra do mestre.

      De qualquer maneira, esta descoberta reverbera uma nova luz sobre a Mona Lisa – uma obra tão sacrossanta que será preciso certamente algo parecido com uma bula papal para ser libertada dos seus velhos vernizes. A irmã gémea, com um rosto ligeiramente diferente da de Leonardo, com um sorriso mais terreno, limpa da velha maquilhagem, mostra uma Lisa Gherardini mais jovem e palpável do que o rosto envelhecido e oxidado que está no Louvre.


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      O “Semeador de Estrelas” é uma estátua em bronze que está na localidade lituana de Kaunas.

      Durante o dia é tão-só uma estátua, como se vê na foto abaixo.

      Mas é à noite que a estátua ganha outra dimensão, saindo do seu pedestal através do efeito da luz e da sombra na parede, agora sim, e por ser de noite, semeia estrelas.

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      Num dia como o de hoje, 20 de fevereiro, mas do ano de 1909 (há 103 anos) o escritor, ideólogo, poeta e editor italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) publica no jornal francês “Le Figaro” o Manifesto Futurista.

      Este manifesto marcou a fundação do Futurismo, um dos primeiros movimentos da arte moderna. Consistia em 11 itens que proclamavam a rutura com o passado e a identificação do homem com a máquina, a velocidade e o dinamismo do novo século (o XX).

      A seguir se transcreve o Manifesto Futurista:

      1. Pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez.

      2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia.

      3. Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós pretendemos exaltar a ação agressiva, uma insónia febril, o progresso do corredor, o salto mortal, o soco e tapa.

      4. Afirmamos que a magnificência do mundo foi enriquecida por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cuja capota é adornada com grandes canos, como serpentes de respirações explosivas de um carro bravejante que parece correr na metralha é mais bonito do que a Vitória da Samotrácia.

      5. Queremos cantar hinos ao homem e à roda, que arremessa a lança de seu espírito sobre a Terra, ao longo de sua órbita.

      6. O poeta deve esgotar a si mesmo com ardor, esplendor, e generosidade, para expandir o fervor entusiástico dos elementos primordiais.

      7. Exceto na luta, não há beleza. Nenhum trabalho sem um caráter agressivo pode ser uma obra de arte. A Poesia deve ser concebida como um ataque violento em forças desconhecidas, para reduzir e serem prostradas perante o homem.

      8. Estamos no último promontório dos séculos!… Porque deveríamos olhar para trás, quando o que queremos é atravessar as portas misteriosas do Impossível? Tempo e Espaço morreram ontem. Nós já vivemos no absoluto, porque nós criamos a velocidade, eterna, omnipresente.

      9. Glorificaremos a guerra – a única higiene militar, patriotismo, o gesto destrutivo daqueles que trazem a liberdade, ideias pelas quais vale a pena morrer, e o escarnecer da mulher.

      10. Destruiremos os museus, bibliotecas, academias de todo tipo, lutaremos contra o moralismo, feminismo, toda cobardice oportunista ou utilitária.

      11. Cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, pelo prazer, e pelo tumulto; Cantaremos a canção das marés de revolução, multicoloridas e polifónicas nas modernas capitais; cantaremos o vibrante fervor noturno de arsenais e estaleiros em chamas com violentas luas elétricas; estações de trem cobiçosas que devoram serpentes emplumadas de fumaça; fábricas pendem em nuvens por linhas tortas de suas fumaças; pontes que transpõem rios, como ginastas gigantes, lampejando no sol com um brilho de facas; navios a vapor aventureiros que fungam o horizonte; locomotivas de peito largo cujas rodas atravessam os trilhos como o casco de enormes cavalos de aço freados por tubulações; e o voo macio de aviões cujos propulsores tagarelam no vento como faixas e parecem aplaudir como um público entusiasmado.

      Em Portugal as repercussões do Manifesto Futurista começaram a ecoar de imediato. Destacam-se Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Guilherme de Santa-Rita, etc.

      Chegou a existir uma revista a “Portugal Futurista” mas só saiu um número e mesmo este foi logo apreendido à porta da tipografia pela polícia, nas vésperas da revolução que instauraria a ditadura de Sidónio Pais.

      Num dia como o de hoje, no fim do ano de 1877 (há 134 anos), morria Gustave Coubert, pintor de renome, socialista revolucionário e libertário, autor de importantes pinturas como o retrato de Proudhon e suas filhas, bem como o autoretrato “O Desesperado” (imagem abaixo) e a polémica obra: “A Origem do Mundo” (imagem abaixo), desde sempre censurada e escondida e que ainda hoje é motivo de escândalos histéricos.

      Abaixo reproduz-se um extracto de um discurso de Coubert, no qual afirma lutar contra todas as formas de governo e direito divino, contrapondo um autogoverno de acordo com as necessidades e conceções de cada um.

      “Je me suis constamment occupé de la question sociale et des philosophies qui s’y rattachent, marchant dans ma voie parallèlement à mon camarade Proudhon. (…) J’ai lutté contre toutes les formes de gouvernement autoritaire et de droit divin, voulant que l’homme se gouverne lui-même selon ses besoins, à son profit direct et suivant sa conception propre”.

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      Numa gruta (Blombos) perto da Cidade do Cabo (África do Sul) acaba de ser descoberta a forma de arte mais antiga da Humanidade, confirmando-se que o Homo Sapiens usava tinta há 100 mil anos atrás e não há 60 mil anos como se pensava, isto é, com esta descoberta, alargou-se o horizonte em 40 mil anos.

      Investigadores franceses e sul-africanos encontraram martelos e tiras de couro, usados para a fabricação de ocre (um tipo de argila em pó), bem como outros elementos moídos, como ossos de mamíferos, pedaços de pedras e carvão. O pó era armazenado em conchas de moluscos do mar. Da mistura do pó com líquidos nasciam pigmentos de cores com vermelho e amarelo.

      O artigo da descoberta foi publicado na revista “Science”. Christopher Henshilwood, que liderou a investigação, acredita que esta descoberta é um marco na cognição humana porque demonstra que o Homo sapiens, de há 100 mil anos atrás, tinha a capacidade de armazenar substâncias que usava nas suas práticas sociais e diz: “O Homo sapiens, naquele período, era muito mais inteligente do que pensávamos. Inclusive, era capaz de promover artes razoavelmente sofisticadas, pelo menos 40 mil ou 50 mil anos antes de qualquer exemplo conhecido desta ciência”.

      A mistura de pigmentos poderia ser usada para preparar peles de animais, pintar o corpo ou mesmo as paredes da caverna, embora ainda haja pouca informação sobre estes dados. Henshilwood acredita que havia um propósito simbólico.

      Num dia como o de hoje mas do ano de 1908 (há 103 anos), nascia em França Henri Cartier-Bresson, um dos maiores fotógrafos do século XX e também um grande anarquista que não cessava de referir a grande admiração que nutria por Bakunine.

      Para além de fotógrafo iniciou-se no cinema, tendo sido assistente do realizador Jean Renoir, tendo vindo a realizar um documentário, durante a Revolução Espanhola (em 1937) sobre os hospitais republicanos que intitulou “Victoire de la Vie” (Vitória da Vida).

      Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, Bresson serviu o exército francês e durante a invasão alemã, Bresson foi capturado e levado para um campo de prisioneiros de guerra. Tentou por duas vezes escapar e somente na terceira obteve sucesso. Juntou-se à Resistência Francesa em sua guerrilha pela liberdade. Quando se restabeleceu a paz, Cartier-Bresson, em 1947, fundou a famosa agência fotográfica “Magnum” juntamente com Bill Vandivert, Robert Capa, George Rodger e David Seymour “Chim”.

      Revistas como a Life, Vogue e Harper’s Bazaar contrataram-no para viajar pelo Mundo e registrar imagens únicas. Da Europa aos Estados Unidos da América, da Índia à China, Bresson dava sempre o seu ponto de vista especialíssimo. Tornou-se também o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registar a vida na União Soviética de maneira livre. Fotografou os últimos dias de Gandhi e os eunucos imperiais chineses, logo após a Revolução Cultural.

      Em 1974, abandona as reportagens fotográficas e dedica-se ao desenho.

      No primeiro de maio de 2000, participa numa exposição de fotografia com o tema “Vers un autre futur, un regard libertaire” (Sobre um Outro Futuro, Um Olhar Libertário), assim se aliando às manifestações da CNT francesa.

      Cartier-Bresson viria a morrer também em Agosto, no ano de 2004, aos 96 anos.

      Dizia: “L’anarchie c’est une éthique avant tout. Une éthique d’homme libre.” (O Anarquismo é uma ética subjacente a tudo. Uma ética de Homem livre)

      Em baixo está uma fotografia de Bresson realizada em 1975 na prisão modelo de Leesbury (EUA).

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Roubo

Posted on: 21/08/2011

      Foi num dia assim como o de hoje mas do ano de 1911 (há 100 anos) que o quadro de Leonardo da Vinci (1452-1519), a “Mona Lisa” era roubado do museu Louvre, em Paris, tendo sido recuperado 2 anos mais tarde.

      Por altura do roubo, a polícia prendeu e interrogou muitas pessoas, chegando mesmo a prender o poeta francês Guillaume Apollinaire e o pintor espanhol Pablo Picasso, acreditando-se que a pintura estava perdida para sempre. Afinal tinha sido um antigo funcionário do museu que vivia em Itália.

      A “Mona Lisa” (também conhecida por Gioconda) adquiriu o estatuto de quadro mais famoso do Mundo, sendo um ícone cultural com inúmeras reproduções e utilizações, até em graffitis de rua como o da foto abaixo, numa rua do Porto (Portugal).

      Foi nesta obra, pintada durante 4 anos, que Leonardo da Vinci melhor concebeu a técnica do “sfumato”. Em baixo, no pormenor da face, podes apreciar o efeito subtil do “sfumato”, particularmente nas sombras em torno dos olhos.

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      Foi num dia assim como o de hoje (9 de agosto) mas do ano de 1483 (há 528 anos) que se inaugurava a Capela Sistina (no Vaticano), com o famoso fresco de Michelangelo no teto: “A Criação de Adão”.

      Michelangelo (Miguel Ângelo) foi um genial escultor, pintor, arquiteto e poeta italiano (1475-1564).

      Os frescos do teto da Capela Sistina são um dos maiores tesouros artísticos da humanidade.

      A técnica dos frescos consiste na pintura diretamente numa base de gesso ou argamassa ainda fresca, isto é, ainda húmida, sem ter ainda secado, aplicando-se rapidamente a pintura sobre essa base, antes que seque. A pintura impregna o gesso ou argamassa e seca em conjunto com a base, passando a integrar a superfície e não estando apenas à superfície.

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      Foi num dia assim como o de hoje mas do ano de 1971 (há 40 anos) que morria, aos 27 anos de idade, o poeta e músico Jim Morrison.

      Vocalista da lendária banda rock “The Doors” e autor da maior parte das letras da banda, Morrison desenvolveu um estilo muito próprio de cantar e um estilo poético algo “místico”.

      A morte de Morrison sempre esteve envolta em polémica. Ocorreu em Paris e oficialmente foi dito haver sofrido um ataque cardíaco. De imediato surgiram hipóteses de “overdose” e também a teoria de ter sido eliminado pelos serviços secretos norte-americanos, aliás como o próprio já teria antes anunciado, como sendo o número 4 de uma lista de mortes misteriosas: primeiro fora Jimi Hendrix, depois Janis Joplin e em terceiro lugar morrera Brian Jones, todos social e politicamente incómodos e, curiosamente, todos mortos aos 27 anos de idade.

      De acordo com Jim Morrison, um dos eventos mais importantes da sua vida terá ocorrido na sua infância, durante uma viagem familiar que ele assim descreveu:

      « A primeira vez que descobri a morte… eu, os meus pais e os meus avós, íamos de automóvel no meio do deserto ao amanhecer. Um caminhão carregado de índios, tinha chocado com outra viatura e havia índios espalhados por toda a auto-estrada, sangrando. Eu era apenas um miúdo e fui obrigado a ficar dentro do automóvel enquanto os meus pais foram ver o que se passava. Não consegui ver nada – para mim era apenas tinta vermelha esquisita e pessoas deitadas no chão, mas sentia que alguma coisa se tinha passado, porque conseguia perceber a vibração das pessoas à minha volta, então de repente apercebi-me que elas não sabiam mais do que eu sobre o que tinha acontecido. Esta foi a primeira vez que senti medo… e eu penso que nessa altura as almas daqueles índios mortos – talvez de um ou dois deles – andavam a correr e aos pulos e vieram parar à minha alma, e eu, apenas como uma esponja, ali sentado a absorvê-las… »

      Os pais afirmaram que tal incidente nunca ocorreu mas Morrison afirmava o contrário dizendo que os pais, vendo como tal acontecimento o afectara, em face do choque, sempre o negaram e disseram-lhe que teria sido um pesadelo, para o acalmar.

      Morrison dizia coisas como: «Acho que os pontos mais importantes são apenas o mais alto e o mais baixo. Tudo o resto está apenas no meio. Eu quero a liberdade para experimentar tudo.»

      Vê o vídeo abaixo com a actuação ao vivo interpretando o emblemático e longo tema “The End”, aqui só com 10 minutos.

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      Uma mulher norte-americana atacou um quadro de Paul Gauguin exposto na National Gallery em Washington porque, segundo ela, o artista francês era «demoníaco».

      Antes de ser impedida pelo segurança, a mulher, Susan Burns, tentou arrancar da parede o quadro de Gauguin “Duas Mulheres do Tahiti”, onde aparecem representadas duas mulheres.

      Burns foi acusada de tentativa de roubo e de destruição de propriedade e está a ser avaliada psicologicamente.

      A mulher disse à polícia que o «quadro deve ser queimado» e que sente «que Gauguin é mau» porque representa cenas de nus, o que é prejudicial para as crianças. Além disso, considera que por ter colocado duas mulheres semi-nuas numa tela, o pintor «apela à homossexualidade».

      A pintura representa duas mulheres da ilha do Tahiti e tem como objetivo capturar a ideia da beleza de duas mulheres misteriosas num paraíso tropical.

      Cientistas descobriram que um tipo de pigmento amarelo que Van Gogh utilizava em algumas das suas obras mais famosas se torna castanho quando na presença da luz do sol, em virtude de uma reação química anteriormente desconhecida.

      Os investigadores utilizaram o Raio X que revelou que os átomos de crómio no coração do pigmento amarelo se alteraram, transformando o que era um amarelo brilhante numa cor castanho escura.

       Num período em que o artista holandês escolhia deliberadamente cores brilhantes para as suas pinturas de forma a conferir-lhes mais emoção, utilizava um amarelo feito a partir de um produto tóxico industrial utilizado por muitos artistas no final do século XIX.

      Os cientistas avançam que esta descoberta pode explicar porque é que muitos dos trabalhos mais famosos de Van Gogh, incluindo os Girassóis, já não se parecem com o que o artista pretendia que se parecessem quando os pintou.

      A empresa “Google” acaba de lançar um novo sítio na Internet que permite visitar 17 museus do Mundo através da aplicação “Street View”.

      Esta iniciativa denomina-se “Art Project” e resulta de uma parceria estabelecida entre a “Google” e os 17 museus localizados em 11 cidades de 9 países.

      Estão disponíveis museus como a National Gallery de Londres, o Museum of Modern Art, de Nova Iorque, Museu Thyssen-Bornemisza, de Madrid, ou a Galeria degli Uffizi, em Florença.

      Para além de se poderem ver mais de mil obras com o “Street View” em alta resolução, o sítio disponibiliza 17 obras em super resolução.

      Algumas das obras representadas incluem um painel de informação com pormenores sobre as obras ou vídeos relacionados que existam no “YouTube”.

      Existe ainda uma funcionalidade «Criar uma colecção de arte», que permite a cada cibernauta criar a sua colecção de arte virtual pessoal e partilhá-la com outras pessoas.

      Acede em: http://www.googleartproject.com/

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      Num dia como o de hoje, no fim do ano de 1877 (há 133 anos), morria Gustave Coubert, pintor de renome, socialista revolucionário e libertário, autor de importantes pinturas como o retrato de Proudhon e suas filhas, bem como o autoretrato “O Desesperado” (imagem abaixo) e a polémica obra, “A Origem do Mundo” (imagem abaixo), desde sempre censurada e escondida e que ainda hoje é motivo de escândalos histéricos.

      Abaixo reproduz-se um extracto de um discurso de Coubert, no qual afirma lutar contra todas as formas de governo e direito divino, contrapondo um autogoverno de acordo com as necessidades e conceções de cada um.

      “Je me suis constamment occupé de la question sociale et des philosophies qui s’y rattachent, marchant dans ma voie parallèlement à mon camarade Proudhon. (…) J’ai lutté contre toutes les formes de gouvernement autoritaire et de droit divin, voulant que l’homme se gouverne lui-même selon ses besoins, à son profit direct et suivant sa conception propre”.

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      Foi num dia assim como o de hoje mas do ano de 1911 (há 99 anos) que o quadro de Leonardo da Vinci (1452-1519), a “Mona Lisa” era roubado do museu Louvre, em Paris, tendo sido recuperado 2 anos mais tarde.

      Por altura do roubo, a polícia prendeu e interrogou muitas pessoas, chegando mesmo a prender o poeta francês Guillaume Apollinaire e o pintor espanhol Pablo Picasso, acreditando-se que a pintura estava perdida para sempre. Afinal tinha sido um antigo funcionário do museu que vivia em Itália.

      No ano passado, durante este mesmo mês de Agosto, uma mulher russa atirou uma chávena de café, vazia, contra o quadro mas não o afectou, pois está agora protegido por um vidro à prova de bala. A mulher terá agido dessa forma por indignação por não ter conseguido obter a cidadania francesa.

      A “Mona Lisa” (também conhecida por Gioconda) adquiriu o estatuto de quadro mais famoso do Mundo, sendo um ícone cultural com inúmeras reproduções e utilizações, até em graffitis de rua como o da foto abaixo, numa rua do Porto (Portugal).

      Foi nesta obra, pintada durante 4 anos, que Leonardo da Vinci melhor concebeu a técnica do “sfumato”. Em baixo, no pormenor da face, podes apreciar o efeito subtil do “sfumato”, particularmente nas sombras em torno dos olhos.

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      O 63º Festival Internacional de Cinema de Cannes (França) encerrou no último fim de semana, premiando com a Palma de Ouro o filme tailandês intitulado “Lung Boonmee Raluek Chat” do cineasta Apichatpong Weerasethakul.

      Este festival é internacionalmente reconhecido pela sua tradição na apreciação de cinema de qualidade, enquanto arte, por oposição ao cinema meramente comercial e industrial de Hollywood (EUA).

      Um filme a ver algum dia, logo que for possível.

      Mais sobre este festival no sítio:

      http://www.festival-cannes.com/pt.html

      Abaixo está a foto do realizador e um pequeno extrato do filme.

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      Acaba de ser lançada uma iniciativa designada “Monumento ao Desempregado do Ano”.

      Pretende-se criar estátuas vivas num pedestal, numa criação coletiva para a qual são convidados todos os desempregados, trabalhadores precários e qualquer apoiante, sejam baixos, altos, gordos, escanzelados, coxos, efeminados, homo/trans/heterossexuais, exóticos, ingénuos, graciosos, inteligentes, menos inteligentes, sofisticados, desesperados e até com olhar assustador.

      Garante-se que não é dado emprego mas com a participação coletiva pretende-se problematizar a realidade social, política e económica do país.

      O Monumento realizar-se-á nos dias 4, 5 e 6 de Junho, no Porto (Portugal).

      Para participares nesta performance coletiva e saberes mais informações:

      monumentoaodesempregadodoano@gmail.com

      http://www.monumentoaodesempregadodoano2010.blogspot.com/

      As inscrições deverão ser realizadas até ao próximo dia 25 de maio.

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      Diz o provérbio popular que “De génio e de louco todos temos um pouco” e a verdade é que tem-se tornado rotina diagnosticar doenças mentais aos génios criativos que fizeram História.

      Esquizofrenia e outras psicoses são as doenças mais citadas.

      Newton e Einstein são dois dos exemplos mais famosos. O nosso Fernando Pessoa também consta da lista e Vincent van Gogh e Virginia Woolf foram associados à desordem bipolar.

      A loucura faz parte de muitas obras de arte e pode mesmo ajudar a desenvolver a criatividade.

      Os psiquiatras olham para a saúde mental como um espectro: uma doença grave numa ponta e a normalidade na outra. Talvez aqueles que estão no meio possam ter tendências criativas mais desenvolvidas.

      A dominância do hemisfério direito ou esquerdo do cérebro pode ser uma pista. Há aliás uma parte da Psicologia que suspeita que existem “pessoas do lado direito” e “pessoas do lado esquerdo”. É certo que é aceite que o lado esquerdo está relacionado com a linguagem e análise lógica, enquanto o direito é que está mais ligado ao pensamento criativo. Vários métodos para o estudo desta teoria mostraram que as pessoas com esquizofrenia têm maior actividade do lado direito do cérebro.

      Há ainda a evidência genética relacionada com a proteína chamada neuregulin1, envolvida no desenvolvimento do cérebro no útero. Jeremy Hall, da Universidade de Edimburgo, Reino Unido, descobriu que uma mutação no gene que codifica a proteína está relacionada com um maior risco de esquizofrenia.

      Foram apontadas várias doenças mentais ao poeta português Fernando Pessoa.

      No ano passado, Szabolcs Kéri, da Universidade de Semmelweis, na Hungria, chegou à conclusão de que as pessoas com duas cópias da mutação obtinham pontuações maiores num um teste de criatividade do que as pessoas com apenas uma cópia.

      O estudo, publicado na Psychological Science, averiguou ainda que os portadores de apenas uma mutação tinham pontuações mais elevadas do que as pessoas sem a mutação.

      Kéri afirma que a mutação pode cortar a actividade no córtex pré-frontal do cérebro, atenuando o humor e as emoções. Isto pode desenvolver a criatividade nuns e ilusões psicóticas noutros − com a inteligência a poder influenciar o resultado.

      Contudo, Hall afirma que ainda há muito trabalho a desenvolver. “A evidência de uma ligação entre a criatividade e desordens mentais tem sido especulada há muito tempo, mas raramente foi provada.”

      Hoje vais ver 3 vídeos seleccionados da vasta e particular produção artística da norte-americana Laurie Anderson, nascida em 1947 e que ainda hoje realiza espectáculos por todo o Mundo, sendo internacionalmente conhecida pelas suas “performances” multimedia (manifestações artísticas interdisciplinares, combinando diversos tipos artísticos, como teatro, música, poesia, vídeo e outras expressões particularmente tecnológicas).
      O primeiro vídeo foi a mais popular composição musical de Laurie Anderson, “O Superman”. O vídeo está legendado em inglês para melhor compreensão da letra, cujo conteúdo tem sido discutido no sentido de eventualmente possuir algum significado para além do meramente artístico. Deixa a tua opinião no “Comentário” a este artigo.
      “O Superman” foi gravado em 1981, isto é, há 30 anos e, apesar dos seus 8 minutos, vale a pena ver até ao fim.


      Vê agora o vídeo da actuação (performance) de 1984, intitulada “Zero and One”


      A interessante e original sonoridade das suas composições musicais podem ser exemplificadas com o tema “Gravity’s Angel” que podes ver a seguir.


Mais info em: http://www.laurieanderson.com

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Num dia como o de hoje mas do ano de 1909 (há 101 anos) o escritor, ideólogo, poeta e editor italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) publica no jornal francês “Le Figaro” o Manifesto Futurista.

    Este manifesto marcou a fundação do Futurismo, um dos primeiros movimentos da arte moderna. Consistia em 11 itens que proclamavam a rutura com o passado e a identificação do homem com a máquina, a velocidade e o dinamismo do novo século (o XX).

    A seguir se transcreve o Manifesto Futurista:

1. Pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez.

    2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia.

3. Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós pretendemos exaltar a ação agressiva, uma insónia febril, o progresso do corredor, o salto mortal, o soco e tapa.

    4. Afirmamos que a magnificência do mundo foi enriquecida por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cuja capota é adornada com grandes canos, como serpentes de respirações explosivas de um carro bravejante que parece correr na metralha é mais bonito do que a Vitória da Samotrácia.

5. Queremos cantar hinos ao homem e à roda, que arremessa a lança de seu espírito sobre a Terra, ao longo de sua órbita.

    6. O poeta deve esgotar a si mesmo com ardor, esplendor, e generosidade, para expandir o fervor entusiástico dos elementos primordiais.

7. Exceto na luta, não há beleza. Nenhum trabalho sem um caráter agressivo pode ser uma obra de arte. A Poesia deve ser concebida como um ataque violento em forças desconhecidas, para reduzir e serem prostradas perante o homem.

    8. Estamos no último promontório dos séculos!… Porque deveríamos olhar para trás, quando o que queremos é atravessar as portas misteriosas do Impossível? Tempo e Espaço morreram ontem. Nós já vivemos no absoluto, porque nós criamos a velocidade, eterna, omnipresente.

9. Glorificaremos a guerra – a única higiene militar, patriotismo, o gesto destrutivo daqueles que trazem a liberdade, ideias pelas quais vale a pena morrer, e o escarnecer da mulher.

    10. Destruiremos os museus, bibliotecas, academias de todo tipo, lutaremos contra o moralismo, feminismo, toda cobardice oportunista ou utilitária.

11. Cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, pelo prazer, e pelo tumulto; Cantaremos a canção das marés de revolução, multicoloridas e polifónicas nas modernas capitais; cantaremos o vibrante fervor noturno de arsenais e estaleiros em chamas com violentas luas elétricas; estações de trem cobiçosas que devoram serpentes emplumadas de fumaça; fábricas pendem em nuvens por linhas tortas de suas fumaças; pontes que transpõem rios, como ginastas gigantes, lampejando no sol com um brilho de facas; navios a vapor aventureiros que fungam o horizonte; locomotivas de peito largo cujas rodas atravessam os trilhos como o casco de enormes cavalos de aço freados por tubulações; e o voo macio de aviões cujos propulsores tagarelam no vento como faixas e parecem aplaudir como um público entusiasmado.

Em Portugal as repercussões do Manifesto começaram a ecoar de imediato. Destacam-se Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Guilherme de Santa-Rita, etc.

    Chegou a existir uma revista a “Portugal Futurista” mas só saiu um número e mesmo este foi logo apreendido à porta da tipografia pela polícia, nas vésperas da revolução que instauraria a ditadura de Sidónio Pais.


Os italianos pretendem proceder à exumação do cadáver de Da Vinci, com o propósito de provar que a obra Mona Lisa é um auto-retrato do próprio artista.

    A teoria tem vindo a ganhar força e agora alguns investigadores italianos querem mesmo exumar o corpo de Leonardo Da Vinci para reconstruir o seu rosto e confrontar a possibilidade de o famoso quadro Mona Lisa ser o seu auto-retrato.

A hipótese começou a surgir quando se fez uma sobreposição de um retrato oficial do pintor com o quadro que se encontra actualmente no Louvre.

    A identidade de La Gioconda (Mona Lisa) sempre foi um mistério e as teorias mais comuns são as de que seria a mãe do artista ou a mulher de um mercador de Florença.

Os cientistas do Comité Nacional para a Valorização dos Bens Históricos, Culturais e Ambientais da Itália pretendem agora exumar as ossadas e, a partir da face, reconstruir a cabeça para depois estabelecer a comparação.

    Leonardo Da Vinci foi um polímata italiano e uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento. Destacou-se como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquitecto, botânico, poeta e músico e ainda como o precursor da aviação e da balística.

Concebeu ideias muito à frente do seu tempo, como um helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações e muitas outras. Da Vinci foi considerado o maior génio da história, devido à sua multiplicidade de talentos e pelas suas obras polémicas.

    Num estudo realizado, em 1926, estimou-se que tinha um QI de 180.

Da Vinci morreu em 1519, aos 67 anos, e acredita-se que foi enterrado no castelo de Amboise, no vale do Loire, em França. O local foi alvo de vários saques ao longo dos séculos, mas não há certeza de que a sepultura seja mesmo a dele e, por isso, os herdeiros do castelo nunca incluíram a informação nos panfletos turísticos.

    Portanto, a primeira etapa será encontrar os restos mortais e provar que lhe pertencem para depois extrair o ADN que será comparado com o de alguém que tenha tido algum grau de parentesco com ele. Entretanto, os investigadores já encontraram um pintor que se verificou ser descendente do lado paterno de Leonardo da Vinci, enterrado em Bolonha, nos finais do século XV.

A reconstrução do crânio também poderá dar algum trabalho aos cientistas já que poderá estar fragmentado. A equipa usará sistemas virtuais e métodos de morfologia para recompor as partes que faltam. A partir daí, a face será restaurada em computador e depois modelada em plástico.

No Museu Metropolitano de Arte Nova de Nova Iorque, uma aluna de uma aula de arte dada pelo museu, tropeça e rasga o quadro de Picasso denominado “Actor”.

    O quadro sofreu um rasgão de 15 centímetros quando a aluna cai em cima da obra.

O quadro tem 2 metros de altura por 1 metro de largura.

    O “Actor” foi pintado em 1904 e 1905 e é um exemplar do chamado período rosa de Picasso.

O quadro foi doado em 1952 ao museu pela família da marca de automóveis “Chrysler”.

    O museu afirma que o “ponto focal da composição” não foi danificado e que será possível restaurar a obra, prevendo voltar a exibi-la em 27 de Abril próximo, altura em que inaugurará uma retrospectiva de Pablo Picasso.

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Aquando de uma visita do papa à Dinamarca (2005) foi colocada a montagem abaixo fotografada, representando o papa como um tiranossauro pastoreando ovelhas.

    Desta forma artística se pretendia criticar a influência do papa e da igreja Católica sobre o Ocidente.

A montagem totalizava 10 metros de comprimento e 4 de altura.

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Miguel Neiva é um designer português que acaba de desenvolver um código gráfico monocromático para comunicar as cores aos daltónicos.

    Para cada cor primária criou uma forma geométrica básica, depois acrescentou mais duas para o preto e para o branco, sendo então possível obter várias tonalidades em código.

A esta nova linguagem gráfica chamou-lhe “Color Add”.
http://www.coloradd.net/index.htm

    O código é fácil de aprender, tem custos de aplicação reduzidos e pode ser adaptado a vários cenários: desde etiquetas de roupa a transportes públicos.

Os daltónicos sofrem de uma alteração congénita, associada ao cromossoma X, que resulta numa incapacidade para distinguir algumas cores.

    Um indivíduo com uma visão normal é capaz de distinguir 30 mil cores, já o daltónico apenas consegue identificar ou diferenciar entre 500 a 800.
    CodigoCoresDaltonicos

Estão disponíveis para “download” gratuito 4 discos de João Aguardela, falecido no início deste ano, vítima de cancro.

    João Aguardela esteve envolvido em projectos como os Sitiados, a Naifa, a Linha da Frente e no projecto menos conhecido Megafone.

Os seus projectos integraram a tradição e a modernidade, realizando pontes como a do fado e a música pop.

Joao Aguardela

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Sigur Ros

Posted on: 01/10/2009

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Música e, pese embora este blogue não siga para nada estas tretas, ainda assim, aqui vai um tema sobre música.

    O vídeo abaixo contém 9 imperdíveis minutos de beleza e paz, num mundo paralelo de música e imagem, proporcionado pelo grupo Sigur Rós (Islândia), com o verdadeiramente bonito tema: “Svefn-G-Englar”.

Sigur Ros

    Sigur Rós significa “rosa da vitória”.

A banda formou-se em 1994 e a faixa em destaque abaixo vinha no álbum de 1999, álbum que a crítica internacional aclamou como o melhor.

    Sigur Ros Guitarra

Em 2002 a banda saiu com um original álbum, sem nome e sem títulos das músicas, cantadas numa língua inventada por Jónsi (elemento da banda que toca guitarra com um arco de chelo) com semelhanças fonéticas ao islandês, pretendendo que cada ouvinte fizesse a sua interpretação e escrevesse a letra das canções, de acordo com a sua experiência, nas páginas em branco do encarte do disco.

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Um grupo de investigadores da Universidade de Amesterdão defende, num estudo agora publicado na revista “Annals Of Internal Medicine”, que Mozart terá morrido devido a uma infecção bacteriana na garganta.

    O famoso compositor austríaco faleceu aos 35 anos (em 1791) tendo surgido, desde sempre e até aos nossos dias, inúmeras hipóteses sobre a sua morte, sendo as mais populares, as relacionadas com o envenenamento, febre reumática, sífilis e até mesmo a ingestão de carne de porco estragada.

A morte de Wolfgang Amadeus Mozart ficou registada no seu certificado de óbito como sendo devida a “febre miliar aguda”, designação pouco esclarecedora e que não tem correspondência actual.

    Os investigadores analisaram cerca de 5 mil casos de morte em Viena entre os anos de 1791 e 1793, comparando-os com os sinais e sintomas verificados no compositor: febre, irritação na pele, dores no corpo e um inchaço generalizado e tão grande que, nos últimos dias de vida, não conseguia virar-se na cama.

Os autores do estudo afirmam que “A última doença de Mozart ocorreu por causa de uma infecção por estreptococos que levou a uma síndrome nefrítica aguda”.


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