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Manifesto Futurista

Posted on: 20/02/2010



Num dia como o de hoje mas do ano de 1909 (há 101 anos) o escritor, ideólogo, poeta e editor italiano Filippo Tommaso Marinetti (1876-1944) publica no jornal francês “Le Figaro” o Manifesto Futurista.

    Este manifesto marcou a fundação do Futurismo, um dos primeiros movimentos da arte moderna. Consistia em 11 itens que proclamavam a rutura com o passado e a identificação do homem com a máquina, a velocidade e o dinamismo do novo século (o XX).

    A seguir se transcreve o Manifesto Futurista:

1. Pretendemos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e a intrepidez.

    2. Coragem, audácia, e revolta serão elementos essenciais da nossa poesia.

3. Desde então a literatura exaltou uma imobilidade pesarosa, êxtase e sono. Nós pretendemos exaltar a ação agressiva, uma insónia febril, o progresso do corredor, o salto mortal, o soco e tapa.

    4. Afirmamos que a magnificência do mundo foi enriquecida por uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida cuja capota é adornada com grandes canos, como serpentes de respirações explosivas de um carro bravejante que parece correr na metralha é mais bonito do que a Vitória da Samotrácia.

5. Queremos cantar hinos ao homem e à roda, que arremessa a lança de seu espírito sobre a Terra, ao longo de sua órbita.

    6. O poeta deve esgotar a si mesmo com ardor, esplendor, e generosidade, para expandir o fervor entusiástico dos elementos primordiais.

7. Exceto na luta, não há beleza. Nenhum trabalho sem um caráter agressivo pode ser uma obra de arte. A Poesia deve ser concebida como um ataque violento em forças desconhecidas, para reduzir e serem prostradas perante o homem.

    8. Estamos no último promontório dos séculos!… Porque deveríamos olhar para trás, quando o que queremos é atravessar as portas misteriosas do Impossível? Tempo e Espaço morreram ontem. Nós já vivemos no absoluto, porque nós criamos a velocidade, eterna, omnipresente.

9. Glorificaremos a guerra – a única higiene militar, patriotismo, o gesto destrutivo daqueles que trazem a liberdade, ideias pelas quais vale a pena morrer, e o escarnecer da mulher.

    10. Destruiremos os museus, bibliotecas, academias de todo tipo, lutaremos contra o moralismo, feminismo, toda cobardice oportunista ou utilitária.

11. Cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, pelo prazer, e pelo tumulto; Cantaremos a canção das marés de revolução, multicoloridas e polifónicas nas modernas capitais; cantaremos o vibrante fervor noturno de arsenais e estaleiros em chamas com violentas luas elétricas; estações de trem cobiçosas que devoram serpentes emplumadas de fumaça; fábricas pendem em nuvens por linhas tortas de suas fumaças; pontes que transpõem rios, como ginastas gigantes, lampejando no sol com um brilho de facas; navios a vapor aventureiros que fungam o horizonte; locomotivas de peito largo cujas rodas atravessam os trilhos como o casco de enormes cavalos de aço freados por tubulações; e o voo macio de aviões cujos propulsores tagarelam no vento como faixas e parecem aplaudir como um público entusiasmado.

Em Portugal as repercussões do Manifesto começaram a ecoar de imediato. Destacam-se Mário de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Guilherme de Santa-Rita, etc.

    Chegou a existir uma revista a “Portugal Futurista” mas só saiu um número e mesmo este foi logo apreendido à porta da tipografia pela polícia, nas vésperas da revolução que instauraria a ditadura de Sidónio Pais.

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